BRASÍLIA (AFP),
o 28-07-2004
A floresta amazônica pode se transformar em uma área de savana dentro de 50 a 100 anos devido ao aquecimento global e incêndios destruindo a área florestal no Brasil, alertou um cientista brasileiro na terça-feira.
“Quase todos os cenários apontam para uma 'savanização' (da Amazônia) dentro de 50 a 100 anos”, disse Carlos Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Investigações Espaciais (INPE), durante a Terceira Conferência do “Projeto de grande escala sobre a biosfera e atmosfera da Amazônia” que estreou nesta terça-feira em Brasília.
“No pior dos casos, a floresta perde cerca de 60% de sua superfície; na melhor das hipóteses, tudo continua como está agora; no caso de um cenário intermediário, 20% de sua superfície desaparece ”, indicou.
“Mesmo sem o desmatamento, o aquecimento global pode causar de 20% a 30% de“ savanização ”da Amazônia, disse Nobre.
Segundo fontes oficiais brasileiras, 70 anos 2002 final, os incêndios destruíram mais de 630.000 2 milhões km3,68 de km2 conta que a floresta amazônica no país (70% da floresta amazônica).
O pesquisador do INPE considera que o desmatamento, provocado pelo avanço do cultivo da soja e da pecuária, já está tendo impactos climáticos, tanto localmente quanto em áreas mais remotas, pois provoca “uma queda chuvas e um aquecimento maior do clima ”.
Nobre acredita que esse processo pode ser revertido com a criação de um grande órgão para coordenar esforços em favor da Amazônia. Isso implica uma reorientação dos recursos, já que atualmente "apenas 3% da receita da pesquisa vai para a Amazônia", disse Nobre.